sábado, 21 de dezembro de 2013

Natal...Eu gosto muito do Natal...E gosto muito das frases de Natal: que Natal fosse todos os dias...que o Natal é quando um homem quiser...que Natal deve ser todos os dias... O cúmulo do Natal? Ser vertical, gostar muito de Natal, desejar Bom Natal a toda a gente, ser politicamente correcto e comprar uma lembrança singela em tempo de crise e depois deixar pais sozinhos sem lhes perguntar como vão passar esse natal super lindo, se vão ficar sozinhos ou com alguém...Ou simplesmente se supoe que alguém ficará a olhar por...Usar e descartar...Tão lindo o natal para os velhinhos sem uma família a sério...Adoro isto...Super fixe e conveniente. ADOROOOOOO.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Silêncios

Silêncios
Há coisas que calo Como se o meu peito fosse cofre, E o tempo pudesse morrer De desgosto Se as soubesse. Há coisas que guardo em mim, Não por serem jóias, Mas porque as enterro Como resíduos tóxicos. Se as arrancar da alma Como quem arranca erva daninha Não nascerão flores nesse solo. Apenas más memórias.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PRESENÇA (saudades de ti, filhota)

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos... É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado, as folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo... Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela e respirar-te, azul e luminosa, no ar. É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida... Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato... E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te. (Mario Quintana)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Foi tempo de falar e receber silêncio como resposta. Preferível usar terceiros para disparar tiros de raiva.

Eu tive que o fazer quando vi que a estupidez estava a ultrapassar o limite do razoável....e surtiu um resultadão: reduzi "família" e "amigos" (soi disant)...alguns até funeral me fizeram antes do meu tempo aqui na terra terminar. Licão de vida a tirar: custa até às lágrimas, mas liberta a alma.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ela regressou. Com o seu olhar meigo e atitude decidida, algo alegre, algo triste, como num baile de luz e cor onde o anfitrião perdeu o microfone para anunciar o próximo artista, o espectáculo seguinte. Saiba eu dar-te a mão, ser tua amiga, porque Mãe...eu sinto que sou. Respiro-te.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DOIDAS SOBRE O DESEMPREGO

Estive a pensar...quando penso, é uma miséria...e já em diálogo com um amigo e depois sozinha, teci algumas considerações que acho pertinente partilhar com vocês, especialmente com aqueles que estejam nesta maravilhosa situação. ESTAR DESEMPREGADO É BOM. Porquê? Primeiro porque se vai ao encontro de uma máxima do 1º Minsitro que acho estar correctíssima: é uma 2ª oportunidade de vida, obstante a idade que se tenha. Se o desemprego ocorrer então perto dos 45/50/55 anos, eu diria que essa 2ª oportunidade de vida se afigura bem mais real, porque se pode ter realmente uma vida nova, a chamada VIDA LIXADA. ESTAR DESEMPREGADO É BOM. Porquê? Porque os desempregados são olhados como aliens, algo do outro mundo, olhados de soslaio...o que os coloca num nível superior, porque ninguém os olha directamente nos olhos, Daí, serem algo de sobejamente elevado em relação ao resto do pessoal. E depois têm todo o tipo de benesses: Tempo livre: não falta. Nada para fazer, nada para cumprir, horário livre, uma modorra. Como se é desempregado, alegremente se usufrui da disponibilidade que os outros não têm (mesmo aqueles que não estejam assim a trabalhar tanto nos seus empregos). Afinal, no desemprego, é-se pago para estar sempre disponível, nunca doente, mesmo que eventualmente não se receba nada do Estado. Fins de semana: não há, o que é bom. Um desempregado não pode ter planos para fim de semana, mesmo que lhe seja oferecido uma oportunidade num oásis, porque um desempregado recebe para ter tempo disponível, não para o usar em lazer. Horários livres: passam a vida a dormir, acordam para fazer nada, e não há horas. Uma maravilha. Status: parasita. Vive à custa dos descontos dos outros (mesmo que tenham descontado antes ou mesmo que não recebam nada enquanto desempregados). Mas é bom. Ser parasita é um status formidável, um nome giro, melhor do que ser tratado por "ladrão" que não quer trabalhar para receber uma esmola de salário. Preocupações: não existem. Isso são coisas só para gente que trabalha, desempregado tem vida fixe. Segurança: existe uma enorme segurança para o desempregado. Além das apresentações periódicas na Junta, a vistoria no centro de emprego, estão constantemente vigiados passo a passo, principalmente quando têm a sorte de receber um subsídio de desemprego baixo. A vigilância é constante, o que evita a sensação de abandono, solidão e inferioridade. Prazos: esquecem o que isso é. O seu prazo de validade expirou. Obrigações: obrigado a ser, a estar, a fazer, mas discretamente, não vão já dizer que não se faz mais do que a obrigação. Direitos: todos. O desempregado tem direito a estar em casa, a não tomar café, a não dar um passeio, a não usar verniz nas unhas, a não fumar, a não refilar, a permanecer calado, a não questionar, a ser pau mandado, a engolir moscas em vez de sapos, a trabalho em troca de nada. Sobretudo, tem o direito de ficar desempregado uma porrada de tempo ou emigrar. E mais alguma coisa se me vai ocorrer, com o tempo. Mas acreditem. ESTAR DESEMPREGADO É O MÁXIMO!!!!!!! E É "IN"! ESTÁ NA MODA!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mesmo com lágrimas de raiva e palavras contidas, fui, sou, e talvez consiga continuar a ser: titânio

You shout it loud, but I can't hear a word you say I'm talking loud, not saying much I'm criticized, but all your bullets ricochet You shoot me down, but I get up I'm bulletproof, nothing to lose Fire away, fire away Ricochet, you take your aim Fire away, fire away You shoot me down, but I won't fall I am titanium You shoot me down, but I won't fall I am titanium Cut me down, but it's you who'll have further to fall Ghost town and haunted love Raise your voice, sticks and stones may break my bones I'm talking loud, not saying much I'm bulletproof, nothing to lose Fire away, fire away Ricochet, you take your aim Fire away, fire away You shoot me down, but I won't fall I am titanium You shoot me down, but I won't fall I am titanium I am titanium I am titanium Stone hard, machine gun Fired at the ones who run Stone hard, as bulletproof glass You shoot me down, but I won't fall I am titanium You shoot me down, but I won't fall I am titanium You shoot me down, but I won't fall I am titanium You shoot me down, but I won't fall I am titanium I am titanium I am titanium

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Nem tudo vai mal no SNS Há que realmente separar o Trigo do Joio. Nem tudo vai mal no SNS. Neste pequeno desabafo, quero falar do Hospital de S. João. Não da entidade Hospital de S. João. Mas nas pessoas. Técnicos auxiliares de saúde. enfermeiros, médicos, funcionários de limpeza, voluntários... Nomeadamente, as equipas de cuidados intensivos e intermédios onde vi a minha mãe no limbo, lutando pela vida. Lutaram com ela ou por ela, já nem sei. Extremamente bem vigiada, cuidada, velada. E agora na Cirurgia de Mulheres. Pessoal que por ali anda todos os dias, formando diferentes equipas. Tenho visto o rosto humano do serviço público. Até me esqueço que estou num Hospital quando vejo trabalhadores da área, na sua maioria muito jovens, com um sorriso aberto, muita simpatia e uma palavra de conforto para aquela Mulher que me deu a vida e a quem devo muito. Custa-me acreditar que já a vejo sorrir, e custa-me acreditar que quando interpelada por algum(a) enfermeira(o) que se interessa em saber se ela precisa de alguma coisa, a vejo responder: "Não, meu(minha) filho(a)...Estou bem." Porque realmente já são um pouco os "meninos" dela. Bem hajam, e não coloco aqui nomes, porque não os sei todos, e todos mereciam ser mencionados. Mereciam mesmo.