sexta-feira, 29 de junho de 2012

Ela regressou. Com o seu olhar meigo e atitude decidida, algo alegre, algo triste, como num baile de luz e cor onde o anfitrião perdeu o microfone para anunciar o próximo artista, o espectáculo seguinte. Saiba eu dar-te a mão, ser tua amiga, porque Mãe...eu sinto que sou. Respiro-te.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DOIDAS SOBRE O DESEMPREGO

Estive a pensar...quando penso, é uma miséria...e já em diálogo com um amigo e depois sozinha, teci algumas considerações que acho pertinente partilhar com vocês, especialmente com aqueles que estejam nesta maravilhosa situação. ESTAR DESEMPREGADO É BOM. Porquê? Primeiro porque se vai ao encontro de uma máxima do 1º Minsitro que acho estar correctíssima: é uma 2ª oportunidade de vida, obstante a idade que se tenha. Se o desemprego ocorrer então perto dos 45/50/55 anos, eu diria que essa 2ª oportunidade de vida se afigura bem mais real, porque se pode ter realmente uma vida nova, a chamada VIDA LIXADA. ESTAR DESEMPREGADO É BOM. Porquê? Porque os desempregados são olhados como aliens, algo do outro mundo, olhados de soslaio...o que os coloca num nível superior, porque ninguém os olha directamente nos olhos, Daí, serem algo de sobejamente elevado em relação ao resto do pessoal. E depois têm todo o tipo de benesses: Tempo livre: não falta. Nada para fazer, nada para cumprir, horário livre, uma modorra. Como se é desempregado, alegremente se usufrui da disponibilidade que os outros não têm (mesmo aqueles que não estejam assim a trabalhar tanto nos seus empregos). Afinal, no desemprego, é-se pago para estar sempre disponível, nunca doente, mesmo que eventualmente não se receba nada do Estado. Fins de semana: não há, o que é bom. Um desempregado não pode ter planos para fim de semana, mesmo que lhe seja oferecido uma oportunidade num oásis, porque um desempregado recebe para ter tempo disponível, não para o usar em lazer. Horários livres: passam a vida a dormir, acordam para fazer nada, e não há horas. Uma maravilha. Status: parasita. Vive à custa dos descontos dos outros (mesmo que tenham descontado antes ou mesmo que não recebam nada enquanto desempregados). Mas é bom. Ser parasita é um status formidável, um nome giro, melhor do que ser tratado por "ladrão" que não quer trabalhar para receber uma esmola de salário. Preocupações: não existem. Isso são coisas só para gente que trabalha, desempregado tem vida fixe. Segurança: existe uma enorme segurança para o desempregado. Além das apresentações periódicas na Junta, a vistoria no centro de emprego, estão constantemente vigiados passo a passo, principalmente quando têm a sorte de receber um subsídio de desemprego baixo. A vigilância é constante, o que evita a sensação de abandono, solidão e inferioridade. Prazos: esquecem o que isso é. O seu prazo de validade expirou. Obrigações: obrigado a ser, a estar, a fazer, mas discretamente, não vão já dizer que não se faz mais do que a obrigação. Direitos: todos. O desempregado tem direito a estar em casa, a não tomar café, a não dar um passeio, a não usar verniz nas unhas, a não fumar, a não refilar, a permanecer calado, a não questionar, a ser pau mandado, a engolir moscas em vez de sapos, a trabalho em troca de nada. Sobretudo, tem o direito de ficar desempregado uma porrada de tempo ou emigrar. E mais alguma coisa se me vai ocorrer, com o tempo. Mas acreditem. ESTAR DESEMPREGADO É O MÁXIMO!!!!!!! E É "IN"! ESTÁ NA MODA!