Não admito e não quero ouvir mais:
Que as pessoas são subsídiorendimentomínimodependentes! Que ninguém que usufrua de um salário superior a 800/1000 euros ouse dizer isso à minha frente, sem nunca ter estado desempregada, sem nunca ter sabido o que é passar dificuldades (e dificuldades não implica deixar de ir comer uma vez fora por mês para reunir dinheiro para ir de férias).
Que as pessoas não querem é trabalhar! Que ninguém que tenciona dar a um empregado seu, o salário mínimo nacional, ou colocá-lo a falso recibo verde na sua empresa ouse, tente ou pense em dizer isso à minha frente.
Por vezes chegam aqueles dias em que a gente rebenta de raiva e revolta quando ouve bem postos ou remediados na vida a bradarem que há aí um grupo de parasitas a viver à conta do Estado, um bando de preguiçosos que não sabem onde caír, que apenas sugam quem trabalha.
Não admito que façam pouco da pobreza. Não admito que desconfiem de gente a receber subsídio de desemprego de miséria e que recusam trabalho quando, feitas as contas, num emprego qualquer dado por um empresário de caca, pagando almentação e transporte, ainda ficam a receber menos do que quando subsidiados.
Por favor, não ousem, não tentem brandir espadas de bons trabalhadores e honestos à minha frente.
Virem-se para os empresários tacanhos deste país que preferem pagar ordenados de miséria ou pagar a falsos recibos verdes aos seus funcionários e vê-los como escravos ingratos, em vez de os verem satisifeitos e produtivos, apreciados e recompensados.
Não admito arrogâncias deste género de quem nunca se viu a viver com o rendimento mínimo ou com o subsídio social de desemprego. Sem casa e sem comida. Sem depósitos a prazo, Sem poupanças. Com lay-off e crises inventadas pelos manda chuvas para poderem salvaguardar a sua vivenda, o seu carrinho novo, as suas férias, o seu status.
Não admito. Se existem subsidiodependentes, do outro lado existem concerteza chupistasmilitantes. Acabem com o desprezo escondido e hipócrita pela pobreza, pelo drama de famílias que não sabem se amanhã vão conseguir sobreviver.
terça-feira, 9 de março de 2010
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