quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Manuais escolares estão mais caros 4,5


Famílias dispendem parte do subsídio de férias na compra de livros e materiais para a escola

00h30m

FERNANDO BASTO

A menos de um mês do novo ano escolar, as famílias já gastam parte do subsídio de férias na compra de manuais e materiais escolares.

Se os livros estão mais caros 4,5%, o material mantém os preços graças à concorrência das grandes superfícies.

A época é ainda de férias, com os estudantes mais interessados em divertimento, de preferência à beira mar. Contudo, para as famílias, esta é a altura de dedicar uma parte substancial do subsídio de férias numa despesa que, anualmente, faz desequilibrar o orçamento familiar.

Atentas a esta realidade, as grandes superfícies comerciais iniciaram já as campanhas de vendas de material escolar. Em grande destaque, logo à entrada dos estabelecimentos, as prateleiras enchem-se de um sem fim de materiais indispensáveis à vida escolar.

"É graças à concorrência e a estas campanhas das grandes superfícies que os materiais escolares não têm aumentado de preço", explicou ao JN Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).

A vasta oferta de materiais no mercado tem, de facto, feito conter os preços. Alfredo Oliveira, proprietário da Livraria Escolar Infante, confirmou que, na generalidade, os preços do material escolar mantêm-se os mesmos do ano passado, com excepção das mochilas. "As mochilas e os troleys é que sofreram um aumento de aproximadamente 10%", referiu.

Para aquele comerciante, é sempre difícil para o pequeno comércio competir com as campanhas das grandes superfícies. "É preciso ver que eles compram em quantidades enormes e, por isso, podem oferecer preços mais baixos", explicou.

Albino Almeida mostrou-se satisfeito com o facto de muitas autarquias terem percebido o "drama" que o início do ano escolar representa para as famílias e terem decidido garantir apoios.

"Muitas câmaras municipais estão a apoiar as famílias concedendo ou "kits" de material escolar ou cheques que devem ser entregues em papelarias aquando da aquisição dos materiais.

A título de exemplo, Albino Almeida referiu o exemplo da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, que oferece aos 12 mil alunos do 1.º ciclo um cheque no valor de 20 euros para aquisição do material escolar de que necessitam.

Se no material os preços mantêm-se, o mesmo não se pode dizer quanto aos manuais escolares, que sofreram um agravamento na ordem dos 4,5%.

A este respeito, o presidente da Confap salientou que o objectivo que os pais perseguem é o da disponibilização gratuita dos manuais a todos os estudantes. "Enquanto isso não acontece, já não foi má a revisão feita aos escalões da acção social escolar, que veio dar mais ajuda às famílias necessitadas", afirmou.

De acordo com alguns livreiros contactados pelo JN, não há falta de manuais à venda, como aconteceu por esta mesma altura no ano passado. "Já há muitas famílias a adquirir os livros, deixando o material escolar para o início do ano lectivo, altura em que os professores fornecessem uma relação do material necessário", afirmou Alfredo Oliveira.

Rui Aragão, da livraria "on-line" Wook, disse, ao JN, que a compra no espaço virtual tem crescido, já que oferece descontos até 10% às famílias.


In "Jornal de Notícias"

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