sexta-feira, 24 de abril de 2009

Comparticipar genéricos é "uma razão de justiça"

14h55m

Sócrates disse que um dos objectivos é "melhorar a qualidade de vida" dos idosos com menos rendimentos.

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que foi por "uma razão de justiça" que o Governo decidiu comparticipar a 100 por cento os medicamentos genéricos a pensionistas com rendimentos inferiores ao Salário Mínimo Nacional.

"O país que eu ambiciono e pelo qual luto é um país onde não é possível que nenhum idoso faça uma escolha entre comprar um medicamento ou qualquer outro tipo de despesa. Não quero que isso aconteça", declarou.

Com a medida aprovada pelo Governo, no Conselho de Ministros de quinta-feira, José Sócrates disse que um dos objectivos é "melhorar a qualidade de vida" dos idosos com menos rendimentos: "Todos os medicamentos serão pagos por todos nós".

Depois de inaugurar uma unidade de cuidados de saúde continuados, na vila alentejana de Portel, José Sócrates declarou que o Governo pretende também promover os genéricos, para que "tenham mais cota" de mercado, ao mesmo tempo que ajuda ao "equilíbrio orçamental" do país.

Para José Sócrates, depois de o Executivo ter "posto as contas públicas em ordem" nos últimos anos, "é o momento para ajudar" e em que "as pessoas precisam de ajuda".

Para que, "num momento de crise, as pessoas tenham a certeza de que o Estado está ao seu lado" e que "os idosos podem contar com a solidariedade do Estado e dos portugueses".

"É assim que se lidera em tempos de crise", afirmou o chefe do Governo, considerando ser necessário "estar perto das pessoas", ao invés de "chorar sobre leite derramado".

"O nosso dever é lançarmo-nos ao trabalho e cerrarmos os dentes" para enfrentar "as dificuldades", sublinhou.

Considerando que a decisão de comparticipar os medicamentos genéricos na totalidade aos idosos que recebem menos do que o salário mínimo nacional terá "grande alcance", José Sócrates insistiu que a medida só é possível depois do esforço com o rigor orçamental do país.

"É uma medida que nós podemos agora tomar e que, há três anos atrás, não podíamos. E, se a podemos tomar, era moralmente inaceitável que não a tomássemos. Se podemos fazer isto, devemos fazê-lo", argumentou.

O primeiro-ministro lembrou ainda que, ao longo desta semana, além da comparticipação dos medicamentos genéricos, o executivo tomou outras duas decisões importantes no âmbito do apoio social.

"A primeira foi melhorar o acesso ao subsídio social de desemprego", do qual vão agora poder beneficiar "mais 15 mil portugueses", e a segunda foi a de Portugal ter a escolaridade obrigatória até ao 12º ano, definindo "uma bolsa de estudo para as famílias mais carenciadas".

A Unidade de Longa Duração e Manutenção de Portel inaugurada hoje pelo primeiro-ministro, integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados e com capacidade para 23 utentes, custou cerca de 1,1 milhões de euros, resultando de uma parceria entre o Estado e a Santa Casa da Misericórdia local.

Visando servir utentes também dos centros de Saúde de Évora, Beja, Vidigueira, Alvito e Cuba, é uma unidade de internamento, de carácter temporário ou permanente, para prestar apoio social e cuidados de saúde a pessoas com doenças crónicas, com diferentes níveis de dependência, e que não reúnam condições para serem cuidadas no domicílio.

1 comentário:

  1. Muito criticada foi já esta medida: vem fora do tempo, é desajustada, não resolve quase nada...convenhamos, meus senhores, a César o que é de César...e eu gosto de dar uma no cravo e outra na ferradura...e estou 100% de acordo com a medida e borrifando-me para as eleições e tudo o mais. O que vamos esperar para ver é se um velhinho iletrado com reforma de miséria numa qualquer consulta consegue convencer um qualquer médico sabichão, num qualquer centro médico, a receitar um genérico a bem da saúde do desgraçado. Isso parece-me mais difícil. Esperemos que o bom senso prevaleça e que haja um grande número de médicos completamente alheios aos interesses instalados de grandes laboratórios...amén...

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