domingo, 26 de julho de 2009

Urge

Viver o hoje. Urge olhar nos olhos lindos dos nossos filhos e dizer-lhes o quanto gostamos deles, razão pela qual sabemos ser pais tão insuportáveis. Urge apreciar profundamente o odor a terra molhada quando chove,o cheiro de pinheiro manso e alecrim, admirar o enrolar das ondas e o seu beijo lânguido ou violento na areia. Hoje. Olhar o céu na noite profunda e abarcar o Universo. Abraçar o nosso parceiro, estreitá-lo bem nos nossos braços e dizer que ele é o amor da nossa vida. Hoje. Soltar o cabelo ao vento e fazer o incorrectamente político o mais que se conseguir. Hoje. Não escutar como antes as vozes que aconselham o cuidado, o medo do futuro, o andar de pantufas no mundo, existindo e não vivendo, aterrados com um hipotético Apocalipse, uma crise generalizada, o fim do mundo. Hoje. Fazer o nosso testamento de distribuição de afectos. Hoje. Porque o hoje e agora pertence-nos. Somos donos de nós e podemos ordenar que a amargura não nos comande a vida. Amanhã é amanhã. E não é nossa. Urge que se viva HOJE.


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